terça-feira, dezembro 28, 2004

S. Silvestre



Na foto: Diogo Obikwelu, Miguel Tergat, Lino Gebrselassie, Plácido Kipketer, Bruno Kiptanui, Paulo Bekele.

Esta foi a equipa Queniano-etiope que representou a nossa faculdade na famosa S. Silvestre do Porto. Os argumentos eram de peso.

Diogo Obikwelu - Vinha do centro de alto rendimento desportivo de Madrid onde é treinado por uma técnica espanhola. Depois do excelente resultado nos 100m dos Jogos Olímpicos Diogo Obikwelu pretendia percorrer os 10.000m da S. Silvestre para bater o record do mundo.

Miguel Tergat - Este queniano naturalizado Qatari, depois do péssimo resultado na Corrida da Asprela (embora prejudicado pela acção do Padre Irlandês), pretendia limpar a sua imagem. Em boa medida já tinha conseguido, pois ao contrário do habitual no Quenia Miguel Tergat lavou tanto a cara que ficou branca como se vê na foto.

Lino Gerbrselassie - A estrela da equipa! Um Etíope que treina em altitude no concelho da Trofa. Um grande tempo na Corrida da Asprela era prenúncio de uma óptima prestação na S. Silvestre.

Plácido Kipketer - Mais um queniano naturalizado, desta vez dinamarquês. Treinando nas superfícies geladas da Jutlândia, Plácido Kipketer tinha a vantagem de estar habituado às temperaturas muito baixas.

Paulo Bekele - A revelação do ano. Paulo Bekele tem vindo a melhorar de corrida para corrida e na Asprela já tinha batido o seu colega de equipa Miguel Tergat. Um atleta em crescendo de forma que pode vir a dar muitas alegrias ao povo Etíope, a África e à FEUP.

Na partida Lino Gebrselassie atacou logo e ganhou uma grande vantagem. Atrás vinha um grupo com Paulo Bekele e Miguel Tergat, que se distanciou de Plácido Kipketer e Diogo Obikwelu. Ao fim da primeira subida ao Marquês Miguel Tergat atacou Paulo Bekele e deixou-o para trás, continuando a grande distância de Lino Gebrselassie que já ia em tempo de record do mundo. Mais atrás, ao dobrar da primeira volta Diogo Obikwelu deixa Plácido Kipketer para trás. Ao final Lino Gebrselassie bate o record do mundo e só 5 minutos depois chega Miguel Tergat, logo seguido de Paulo Bekele. Atrás existe uma grande luta pelo 4º lugar, Plácido Kipketer vindo do nada ultrapassa Diogo Obikwelu a 500m da meta. Este reage e num último fôlego alcança Kipketer não se sabendo quem chega em 4º.
Grande Suspense
Só no photo-finish se descobre quem é o vencedor

A imagem “http://maldonadodeportes.com/imagenes/photofinish.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

É Diogo Obikwelu que ganha, mesmo com o último esforço de Plácido Kipketer, parabéns! Aliás, de parabéns estão todos os atletas que percorreram 10.000m numa noite de Inverno.



Os resultados finais foram os seguintes:

Coloc.

Num.

Atleta

Idade

Sexo

Tempo


351 545 LINO MAIA GEBRSELASSIE
22 M 00:41:45
668 549 LUIS TORRES TERGAT
23 M 00:46:42
733 546 PAULO PEREIRA BEKELE
22 M 00:47:40
948 340 DIOGO MAGALHAES OBIKWELU
26 M 00:52:02
949 547 JOAO FERREIRA KIPKETER
22 M 00:52:02

Declarações

Lino Gebrselassie

"Tive boas sensações desde o início, foi bom ter batido o record do mundo, já não tinha uma alegria tão grande desde que ganhei o DARTE por sorte, segundo o que o Figueiras diz"

Miguel Tergat

"Valeu a pena ter treinado e ter perdido alguns kg desde a Asprela. Fiz melhor tempo nestes 10km do que nos 9km da Asprela onde me fiquei pelos 47:00"

Paulo Bekele

"Devo ter feito um bom tempo, mas ainda não sei qual é"

Diogo Obikwelu

"Sou mais forte nos 100m do que nos 10.000m, mas soube bem ganhar ao Kipketer no photo-finish"

Plácido Kipketer

"Para mim 52:00 é o record do mundo!"


sexta-feira, dezembro 24, 2004

Bom Natal



Um Bom Natal para todos os leitores do Blogasmus assim como aos meus colegas de trabalho estrangeiros!

sexta-feira, dezembro 17, 2004

No Bunker, de madrugada. Desta vez até tivemos direito a bolo. Julie (Hungria) à esquerda e Kasia (Polónia) à direita. O palhaço do meio comeu o bolo quase todo! Posted by Hello

A taça, ganha com muito suor e sofrimento! Posted by Hello

quinta-feira, dezembro 16, 2004

A reconquista da liberdade

Ainda me lembro daquele dia. Devia ter uns 9 anos (fui verificar a data e depois fiz uns cálculos) e não sei porquê tinha a ideia de que era um Sábado (talvez por me lembrar que estava na cozinha, com a minha mãe, a fazer o Pão-de-Ló de Sábado). Longe de mim de saber o que era o Apartheid, mas o que é certo é que tenho na memória o banho de multidão nas ruas, quando Nelson Mandela foi libertado. Por esta hora vocês devem estar a pensar que estou a delirar...mas pelo menos agora sei o que o Sul Africano sentiu (quer dizer, mais ou menos).

As duas últimas semanas foram verdadeiramente infernais. De casa para a faculdade, de casa para os computadores, dos computadores para os gabinetes dos professores, que stress. È certo que as fichas de Betão Armado não eram fáceis e o trabalho de IO também não foi pêra doce, mas o trabalho semestral que tive que fazer por aqui foi um berbicacho ainda maior. Não quero com isto dizer que tenha trabalhado mais neste semestre que vocês, longe disso. Porém, não pensem que isto por aqui são favas contadas.

O raio do projecto ficou pronto e até quisemos entregar hoje, mas o grande Werner Bai não estava lá. Amanhã o “deadline” é às 12:00 em ponto! Mais um minuto e é a morte do artista, podem ter a certeza. Contudo, como a Julie, a húngara do meu grupo, tem comboio para Copenhaga pouco depois das 8:30, queremos ver se nos despachámos depressa. Grande parte dos professores dinamarqueses começam a chegar à faculdade antes das 7:30 (já recebi mails com a hora 7:14!), por isso estamos esperançados em arrumar a questão logo de manhã. Até porque tenho que arrumar esta tralha toda aqui no quarto, fazer a mala e derreter ainda mais umas massas. Depois ainda queria ver se corria um bocadito, porque com esta treta toda, já não corro há 2 semanas. Ainda para mais a equipa da São Silvestre está a ficar cada vez mais forte e as minhas probabilidades de fazer má figura vão aumentando a olhos vistos. Ó Edgar, sempre vais?

A semana passada fui com a minha turma de Inglês até casa da nossa professora. Pode parecer-vos um pouco estranho, mas aqui é normal fazerem isso, principalmente nesta época natalícia. Ainda para mais depois da prof dizer “Venham, venham. A minha filha vai estar por lá e vai ser uma boa oportunidade para ela praticar o inglês” E ó que filha! Tipicamente dinamarquesa, muito fria quando o nível de alcolémia está a zero, mas tudo bem. O pior foi quando chegamos de carro (sim, porque fomos apenas 5. O resto baldou-se ou foi até Copenhaga) e nos lembrámos que tínhamo-nos esquecido das flores. Isto depois do carro já estar dentro do pátio e tudo (os dinamarqueses não sabem o que são muros ou cercas). Lá voltamos ao centro da cidade e até encontramos uma excelente florista, por sinal. Quando regressamos não escapamos a um: “Por acaso o vosso carro não é verde, igual a esse que está aí fora?” Rapidamente me lembrei dos voos charter cancelados da YES e da Air Luxor e saí-me com um – “Problemas técnicos!” Ficou por aí.

Para acabar, um breve resumo da clássica troca de prendas de valor simbólico na aula de inglês! Esqueçam essa treta de numerar os presente e deixar que a sorte faça o seu trabalho. Aqui colocamos os presente todos no meio e começamos a lançar um dado à vez. Aquele que tirar um 6 tem direito a escolher um presente. Depois de todos os presentes estarem fora do centro, o mais certo é haver gente que está de mãos a abanar (triste fado português). A partir daqui continuamos a lançar o dado, mas agora, quando nos calhar o número 6, ganhamos o direito a “roubar” um presente a outra pessoa! Os meus valores de pessoa séria estavam um pouco desconfiados em relação a isto, mas posso-vos garantir que é mesmo muito divertido. Devo ter estado cerca de 90% do tempo de mãos vazias, mas quando soou a campainha,... Ah pois, foi uma sorte do caraças, safei-me na jogada anterior. Claro que no final a malta que tinha mais do que um presente teve que dividir pelos outros, mas foi mesmo muito divertido. Nesse mesmo dia até bebi pela caneca do Pai Natal (o presente que “conquistei”) na cantina!

Já chega. Regresso no Sábado, mas por mim vou continuar a escrever durante as férias. Vejam lá se colocam a “Judite” atrás da Ana. De vez em quando recebo uns mails dela, mas de Blog, nada!

Beijinhos e abraços para todos,

João

P.S. – Aceitam-se apostas. Acham que as malas vão chegar comigo ou não?

sábado, dezembro 11, 2004

O Areias!



Este é o grande jogador do Porto do momento. Centros milimétricos, cortes sem mácula, dribles estonteantes, velocidade inalcansável, enfim, como diria o Gabriel Alves: Um lateral moderno, com concentração competitiva e consciência táctica.
Por tudo isto, a nossa Gabriela decidiu fazer um blogue de homenagem ao hipotético vencedor da Bola de Ouro da France Football. O Blogue do Areias é um espaço de discussão sobre o futebol do Areias aberto a todos os apreciadores de bom futebol.
Como novidades cyberneticas ha ainda o site dos feup sosias onde se encontram pessoas nossas conhecidas.

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Em Skagen. Se olharem com muita atenção, conseguem ver que o terceiro a contar da esquerda é filho do Bob Marley. Posted by Hello

Aviso a todas as unidades!!!

Lanço mais uma vez o apelo a toda a “Gendarmerie Nationale Française”. Bem sei que a tamanho da fugitiva não torna as coisas fáceis, mas urge saber por onde anda essa criatura!

Como vos tinha dito, a semana passada fomos visitar as instalações da maior empresa de aerogeradores do mundo. A empresa, Vestas, é dinamarquesa, mas resultou da fusão com uma outra americana. Eles lideram com alguma vantagem todo este mercado e vão lançar no próximo ano o maior aerogerador alguma vez construído; o V120, com capacidade para 4,5 MW. Porém, o que me surpreendeu mais nem foi isto, mas sim os chamados parques “Offshore”. E perguntam vocês o que é isto!

Um parque “Offshore” é um parque eólico contruído no mar, geralmente a uns pouco quilómetros da costa. Se não acreditam, vejam isto: http://www.vestas.com/uk/Products/Offshore/offshore_uk.htm. São 30% mais ventosos que os parques convencionais mas também têm alguns inconvenientes. Imaginem só os problemas que existem na montagem, manutenção, exploração... Pelo que nos disseram, estes tipos de parques têm um tempo de retorno de cerca de 6 anos (parece-me uma previsão um pouco benfiquista) e podem ter um tempo de vida que na melhor das hipóteses atinge 30 anos. Parece muito curto, não acham? Lembro-me que nos mostraram umas cinco formas diferentes de se fazer a fundação da torre e uma delas era mesmo bastante inovadora. Consistia numa espécie de ventosa gigante que depois de construída em terra e levada para o mar, se montava em três tempos. Ainda para mais, tinha a vantagem de ser a solução que menos trabalho dava em desmantelar no fim do tempo de vida útil do parque.

A fotografia que está aí foi tirada em Skagen, o ponto mais a Norte da Dinamarca. Estive lá há cerca de um mês, mas devido à estranha velocidade do tempo em período Erasmus, parece que foi a semana passada. Nesse ponto (ventoso e frio quanto baste) é possível ver a fronteira entre o Mar do Norte (a Oeste) e o Mar Báltico (a Este). Consegue-se mesmo ver num determinado local o choque das ondas que vêm de lados opostos. Um sítio espectacular! Nesse dia tive ainda a oportunidade de viajar no Comboio/Autocarro. Sim, por muito que custe a acreditar, o comboio só parava nas estações mais pequenas (os célebres apiadeiros, que raio de nome) se o botão de STOP fosse pressionado. De outra forma, era sempre a andar!

Verifiquei mesmo agora a meteorologia. No Porto estão 4ºC e por aqui 5ºC! Ah, vejam lá se colocam uns Posts de vez em quando. Sei bem que estamos aqui na “boa vida” mas também gostamos de ler... Por sinal, o mistério do grupo do Paulo já foi desvendado?

Cumprimentos a todos,

João Plácido

P.S. – Mesmo já estando farto de ler o jornal em frente a um monitor, vi hoje que o melhor programa alguma vez feito em África ainda está a passar na RTPN. Se por acaso nunca viram o “Na Roça com os Tachos” fiquem sabendo que não merecem o ar que respiram. “O que falta a João Carlos Silva em sofisticação culinária - e falta bastante - sobra-lhe na graça e no entusiasmo improvisado.” – Jornal Público

P.S. 2 – As minhas preces começam a resultar. Finalmente vão deixar de construir estádios no Porto (ó Salgueiros, passaste à história) para investirem num circuito de velocidade. Para o ano voltamos a ter corridas de automóveis no Porto, ainda que seja um pouco a brincar http://jornal.publico.pt/2004/12/08/LocalPorto/LP06.html

domingo, dezembro 05, 2004

O dia em que o Bolo Rei chegou à Dinamarca! Se não fosse a minha tia Goretti, acho que já me tinha esquecido do que isto era. Posted by Hello

Já nevou...na cantina!

Esta sexta-feira tivemos talvez a última grande festa antes de acabarem as aulas. Vocês bem sabem que eu não sou o maior festeiro do mundo mas tenho que dar o braço a torcer, aquilo foi mesmo muito porreiro.

Como estamos na Dinamarca, houve que pagar pelo menos 40 DKK (pouco mais de 5 euros) apenas para entrar...na cantina! É claro que isto não se pode comparar às Megas festas do Jet Set francês ou da capital da Península Ibérica, porém, para uma cidade com pouco mais do que 40.000 habitantes não esteve nada mal. A malta da associação de estudantes cá do sítio (DSR, em Portugal até acho que é marca de elevadores) monta a festa toda numa tarde. Contratam gorilas (vulgo, seguranças) pelo menos para justificarem o dinheiro que levam, DJ, luzes, e tudo o que é bebidas.

Ao contrário da última festa que existiu na cantina, desta vez o número de estudantes internacionais foi bem maior. Uns 50, penso eu. E aqui vem a maior diferença. Enquanto que os nativos de França, segundo reza a lenda, se esforçam por tirarem tudo o que é roupa e tentarem engatar tudo o que mexe, aqui os dinamarqueses são bem diferentes. Passaram quase todo o tempo sentados, a beber, a falarem com as gajas que presumivelmente já estavam controladas e pouco mais. Não quero puxar a brasa à minha sardinha, mas aquilo sem nós não tinha tido piadinha nenhuma. Conseguem imaginar algum dinamarquês a dançar o “Last Christmas” dos Wham, por muito bêbado que estivesse? Andamos por lá a dançar e a pular até fechar o tasco, às 4:00 em ponto! Nunca pensei que achasse tanta piada a um litro de Super Pop misturado com água e projectado para o ar. No dia seguinte os meus joelhos (e não só) ressentiram-se um pouco, mas pelo menos deu para limpar o espírito de trabalhos e projectos. Agora, até às férias, penso que não vamos ter mais oportunidades como esta.

Parece que a francesa continua a leste...o que te deu? Diogo, sei bem que já conheces isto, mas gostaria de voltar a repeti-lo, ÉS GRANDE! Essa tua costela espanhola nunca me enganou mas continuo com a ténue esperança que te possas tornar no Filipe I invertido, se bem que isto não passe de uma mera utopia. Contudo, sempre soube que o preenchimento daquele mapa de Aterros e Escavações iria um dia mudar a tua vida. Ah, e nunca te esqueças de agradecer à grande Rita. Sim, porque se existe algum santo neste planeta é ela, concerteza. Tu tens noção no trabalho que nós iríamos ter a fazer o levantamento daqueles pontos todos? Ó Rita, vê lá se aparecesses por cá!

Fico-me por aqui. Esta semana ainda vos vou contar a história dos parques eólicos no meio do nada!

Beijinhos, abraços e muitos palhaços (ou Santanas Lopes, como preferirem).

João Plácido