A máfia russa

Caramba, vocês parecem o FCP, só jogam até ao fim da 1ª parte. Então depois das 1000 visitas já não querem escrever mais? E não me venham com a história de que estão cheios de trabalho, porque muito sinceramente, duvido que tenham mais do que eu.

Não sei o que aturam os meus colegas de Blog, mas eu tenho uma verdadeira legião de Russos por cá. Devem ser por volta de uns 15 mas nem todos vieram de faculdades russas. Cerca de metade estão a estudar na Finlândia, não me perguntem porquê...

Só na minha turma de inglês devem ser uns 8, e há russos para todos os gostos! Temos o Boris Yeltsin, sempre a rir-se e a dizer “Yeah” a tudo o que lhe dizemos. Tem também a particularidade de não dispensar uma boa bebedeira e de gostar muito de dançar com um estilo no mínimo hilariante (acho que noutra encarnação qualquer, ele foi uma gaja que fazia striptease). Depois há o seu amigo inseparável; ainda me lembro na excursão inicial, quando ele perguntava a toda a gente (bem emborrachado) pelo preservativo do guarda chuva!

Existe também o meu vizinho aqui do lado. Geralmente transporta sempre uma mala semi-rígida de conteúdo bastante suspeito mas o que é certo é que até à data ainda não explodiu nada. Na minha turma de inglês temos também um tipo que está com o portátil sempre ligado. Ele passa toda a aula a olhar para aquilo, mas são raras as vezes que lhe toca; deve ser uma espécie de autista. Para acabar a descrição, não podia deixar de falar no Zézé Camarinha. O gajo atira-se de cabeça a tudo o que é caça mas parece que finalmente lá acertou. Reza a lenda que só a Joana não foi abordada.

Quanto às gajas...são muito reservadas. Apenas tenho a destacar uma que parece que anunciou no início a toda a gente que era casada, mas... Ainda no outro dia estava com um fio dental monumental e não me atirem aquela do “Como é que sabes?”. Qualquer gajo que passasse nas salas de computadores via aquilo.

E finalmente, a minha teoria. Penso que os russos me querem transformar numa espécie de conexão mafiosa Rússia-Portugal. Não sei porquê, mas até me dou bastante bem com grande parte deles. Vejam lá, que isto até chegou ao ponto de eu ter decidido jogar Counter Strike contra eles. Longe estava eu de saber que o Counter Strike faz parte do serviço militar obrigatório russo. É através do jogo que eles estudam os pontos fracos dos Tchetchenos. Claro está, que nem tempo tinha para colocar as balas, os gajos assassinavam-me como um cão e ainda se davam ao luxo de ser na cabeça. “Head Shot”, em homenagem ao meu irmão.

Antes das férias a meio do Semestre, um deles veio pedir-me para tirar uma fotografia com ele; assim, sem mais nem menos. Disse-me que era só para mostrar aos pais, que achava que eu era um gajo porreiro, mas cá para mim isso já anda nalgum ficheiro do KGB. Ainda para mais, esta semana tentaram subornar-me com uma Matrioska no dia Internacional. Isto já começam a ser provas a mais.

Vou-me deitar, hoje começa a minha última semana de aulas!!!

Beijinhos e abraços para todos,

João Plácido

P.S. – Esta semana nevou pela primeira vez. Foi só um pouco, mas significa que as temperaturas já andam abaixo de zero.

P.S. 2 – Ó fila, também escreveste na Bíblia?

P.S. 3 – No Sábado fui ao casino, no supermercado! Antes de pagarmos tínhamos que lançar os dados, se saísse um par, ganhávamos qualquer coisa. Estes gajos inventam cada uma.